segunda-feira, março 7

[in]sensível.

Parecia que tudo que estava dentro dela, aquilo tudo, era demais para uma pessoa só. Não cabia dentro daquele corpo de dimensões poucas. Ele era aquela gotinha. Que pinga, pinga, pinga...

Dentro dela.

Sem cessar. Sem esquecer.

Só que pingou demais e transbordou. E tudo saiu. Ela não suportou. Foi embora.

Ela desacreditada do que sentia, ou não sentia, - ela já não sabia mais, sorriu. Mas então ela bateu os olhos nele de novo.

Pensou então, "agora vai".

Todas as palavras vieram. De uma só vez. Ela repassou rapidamente tudo o que havia pensado, repensado, ensaiado e ensaiado. Reescrito e rabiscado. Aí ele olhou pra ela.

Sua boca se abriu, para proferir a primeira palavra. Só que todas vieram uma atrás da outra e a segunda atropelou a primeira e a terceira atropelou as duas e a quinta quis passar por todas as outras. Todas, de uma só vez. Ele sorriu.

E todas as palavras desapare... Mas espera, o que ela estava planejando falar mesmo? Tudo desaparece. Para que ela responda-o.

Sem palavras. Só sorrindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário