domingo, março 13

Depois da tempestade.

O céu claro, onde o Sol reinava, começa a escurecer. As nuvens tomam conta, nada mais se vê além de cinza. Não há vento. Está escuro. Faz frio. A única claridade vem junto com estrondos. Trovões anunciam o que está por vir. O barulho fica mais alto. Chegam mais perto. Enfim, mais um som se torna audível. Constante. Chuva.  Alguns vão procurar um cobertor. Quem sabe, dormir. Você não. Você vai correr lá para fora. Sentir aquilo. Molhar-se. E então, você percebe que toda aquela água não vem só do céu.
Há uma tempestade dentro de você. Você é aquela nuvem carregada. Que para virar algodão da novo, precisar derramar toda essa água. Uma parte da chuva vem dos seus olhos. Você sente um alívio. O céu chora com você. Nenhuma palavra precisa ser dita. A chuva cessa. Mas ainda está escuro. Ainda faz frio. O seu estoque de lágrimas está vazio. Mas ainda ainda assim, o Sol não brilha dentro de você. E é uma pena. Porque ele nunca vai brilhar num céu como antes da chuva. Sem uma única nuvem. E ainda assim você levanta. Você sorri. Porque por mais que existam nuvens, um arco-íris pode surgir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário